A criação de Áreas Protegidas é uma das mais eficientes estratégias para a conservação da biodiversidade. Há vários tipos de Áreas Protegidas como terras indígenas, reservas legais e Unidades de Conservação. Estas últimas são criadas pelo poder público (municipal, estadual ou federal) especialmente para conservar a natureza – desde seus habitats até espécies ameaçadas de extinção. Os Parques são a categoria mais conhecida de Unidade de Conservação, embora existam muitas outras, tanto destinadas à proteção integral quanto ao uso sustentável de seus recursos naturais.
Para além da criação de Unidades de Conservação, é importante o desenvolvimento de instrumentos de planejamento da ocupação e gestão dos territórios que as abrangem, como as Reservas da Biosfera. Estas auxiliam que as Unidades de Conservação nelas compreendidas alcancem seus objetivos ao zelar para que em todo o território, de maneira integrada e participativa, seja promovida a conservação da biodiversidade, seja fomentado o desenvolvimento sustentável e promovido os conhecimentos científicos e tradicionais.
A totalidade do território do Espinhaço Mineiro é reconhecida internacionalmente como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço. Um título conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) baseado na importância da região tanto em relação à sua biodiversidade quanto aos seus aspectos culturais e históricos. O reconhecimento se deu em 2005 abrangendo 94 municípios e em 2015, o território da Reserva da Biosfera foi ampliado, extendendo-se por 172 municípios e mais de 10 milhões de hectares. https://reservasdabiosfera.org.br/reserva/rb-serra-do-espinhaco/
Mosaico de Áreas Protegidas também é um instrumento de planejamento e gestão de territórios que abrangem Unidades de Conservação e/ou outras Áreas Protegidas, buscando a gestão integrada das mesmas e ampliando a participação das comunidades locais nesta gestão, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o desenvolvimento sustentável no contexto regional.
Mosaicos, assim como Reservas da Biosfera, partem do reconhecimento de que, de forma isolada, as Áreas Protegidas são incapazes de manter seus objetivos de conservação por longo prazo, já que os ecossistemas naturais, a biodiversidade e os processos ecológicos não estão limitados pelas políticas de fronteiras, bem como os problemas ambientais que muitas vezes transcendem essas fronteiras. Portanto, é necessário zelar pelo território como um todo. No processo de planejamento e gestão dos Mosaicos, os gestores das Áreas Protegidas e as comunidades locais podem abordar de maneira mais eficaz questões como a perda de habitat, a gestão ambiental, a conservação da fauna e da flora e a promoção do uso sustentável dos recursos naturais para a região como um todo.
Em Minas Gerais existem três Mosaicos de Áreas Protegidas no território da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço (RBSE) que contribuem para a efetividade das ações que visam a sua conservação.