Recursos Hídricos

Foto: Alexsander A. Azevedo

A Serra do Espinhaço é um berço de águas! E nada menos do que 50 milhões de brasileiros dependem diretamente dessas águas para seu abastecimento.  São águas de ótima qualidade que nascem nos Campos Rupestres, especialmente em ecossistemas muito peculiares que os pesquisadores chamam de turfeiras e os moradores do Espinhaço chamam de “olho d’água”.

A principal característica das turfeiras é o organossolo, um solo preto e muito rico em matéria orgânica, que se forma quando características físicas e químicas do ambiente dificultam o processo de decomposição. Essas áreas de solos orgânicos são muito importantes por absorver grande quantidade de água na estação chuvosa e que é liberada gradativamente ao longo de todo o ano, como uma esponja. As turfeira são, portanto, verdadeiras caixas d’água que armazenam a água da chuva e que, na época seca, liberam lentamente a água acumulada, isso torna os principais rios da região perenes, mesmo quando as chuvas são escassas.

Foto: Maíra F. Goulart

Um fato muito interessante é que a enorme quantidade de água armazenada nesses ambientes ácidos e orgânicos adquire a coloração escura que lhe é peculiar e que, inclusive, dá nome a rios da Serra do Espinhaço como Rio Preto, Rio Vermelho, Rio Pardo e Rio Paraúna – palavra que significa “rio de águas escuras” em Tupi.

Visando conhecer melhor as turfeiras e suas ameaças para propor estratégias de conservação, desde 2021 está em andamento o Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração – Turfeiras da Serra do Espinhaço Meridional: serviços ecossistêmicos e biodiversidade. 

Conhecido por PELD Turf, por meio dele são realizadas pesquisas que monitoram a biodiversidade, a hidrografia e outros fatores ambientais em turfeiras protegidas pelo Parque Estadual do Rio Preto (em São Gonçalo do Rio Preto, Espinhaço Mineiro) e turfeiras em áreas adjacentes que sofrem constante impacto de fogo e pastoreio de gado. As pesquisas mostram que na estação seca as turfeiras preservadas pelo Parque chegam a drenar, proporcionalmente, até cinco vezes mais água do que as turfeiras degradadas!

No âmbito do PELD Turf também são conduzidas pesquisas no campo da educação e da popularização da ciência visando estabelecer processos educativos formais e não formais que sejam dialógicos e que contribuam para a conservação das turfeiras e demais ecossistemas da Serra do Espinhaço.

Para conhecer mais, siga a página do instagram @peld.turf.

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